5 de março de 2010

Qual o Segredo?

E muita gente se pergunta, me pergunta e pergunta para Fulano e para o tal do senhor Beltrano... Qual o segredo de escrever?
Desde muito tempo me vejo perdida por entre palavras, papéis, blogs, rascunhos, guardanapos e qualquer outro labirinto em que eu possa correr com meus pensamentos, sentimentos, revoltas e idéias.
Também conheço muita gente que se lança nesses labirintos, mas não tem pulso firme para ficar por muito tempo, ou até mesmo, falta um sabor a mais na escrita. Mas qual o segredo de conquistar um leitor ou de sempre ter o que escrever?
Não sei se existe o segredo, mas existe o que é mágico, o irreal...Você não pode apenas escrever, isso é só uma parte do show. O mais importante não é o que escreve, não é o que está exposto para o leitor em grafismo...o que vale é a sensibilidade do escritor, a história que ele leva incutida na alma, os prazeres e desprazeres de viver.
Um bom escritor é um mau sujeito, é um anjo, é a paz e a guerra, é quase nada, um ser que passa despercebido, mas quando explode de sons, todos param, olham, sentem e não vão embora...o leitor sempre deixa um pouco de alma no texto que lê e como magia isso atinge o escritor, então, ele tem ali a chave de tudo, a liberdade do tal mundo.
Saber o que falar, o ritmo que envolve, a palavra que dá o tapa na cara do leitor e o essencial: a hora de parar. Tudo isso também é muito importante, ou não.
Saber escrever vai além do saber escrever. Pode alguém ter o português perfeito, porém não tem a criatividade perfeita, o dom, o poder de ser solene diante ao leitor. Falo isso por minha dislexia. Conheço todas as regras do nosso tão rico idioma, mas do que vale quando nossa cabeça decodifica e faz brincadeira com as palavras? Uma falta de memória,um não saber que letra desenhar, mas o sentimento saltando por entre os olhos, os lábios, os poros...Então, me curvo diante dos sentimentos e depois diante das palavras, sou solene...é isso.
Não fugindo do assunto principal; escrever não tem segredo, não aprendemos isso na escola, na faculdade nem em curso nenhum. Não temos regras, apostilas ou professores.
Somos assim...donos das palavras, senhores dos sentimentos, mestres das emoções. Não sabemos como chegamos a isso e nem o que virá pela frente.
Escrevo por algo maior que está por vir...quem sabe a tão sonhada palavra perfeita, o verso divino, o conto maléfico...escrevo porque tenho curiosidade de saber que palavra vai me levar aonde quero chegar.

By Camila Passatuto