27 de fevereiro de 2010

Contra todos nós

E hoje o mundo segue em uma paz estranha. Uma paz mentirosa. Eles não gostam tanto assim de você. Meus olhos são invejados pelos que não conseguem ter sede de discernimento, mas querem ter discursos presentes em frente a qualquer aglomerado de cabeças.
Hoje vivemos em uma guerra sem lados, estamos no meio de um grande lixão, em silêncio todos permanecem; em silêncio os que têm o que falar. Gritam os que não sabem, querem se expor, pobres de intenções, escória da vida...
Os inimigos são amigos, amigos de intelectualidade, inimigos de conceitos. Os neutros são inimigos de tudo, da própria humanidade dita como um ser.
E lá fora começa uma guerra estranha. Não são homens contra homens. Hoje é a vida contra nós.
E depois de tantas guerras, tantas traições, tanta política e tanto rancor. Do que valeu? Somos brinquedos de quem? E lá fora é a chuva nossa inimiga, é o chão nosso chanceler confuso, o ar nosso impiedoso patrão... Hoje tem catástrofe na sua porta, meu inimigo, e isso sou eu ferindo seus bens.
E hoje o mundo segue em uma paz estranha, mais medo do que paz. E eles não gostam tanto assim de nossas crianças, só querem parecer simpáticos, só querem parecer serenos e alvos no fim dos tempos.
E tudo se mistura. No olhar dos destros e dos canhotos só se reflete a mesmice de sempre e quem tem o poder de fazer diferente, agora nesses tempos de medo, escreve com o dorso, cheio de sangue, cheio de dúvidas, cheio de balas...
E vamos caminhando, uns com rancor solene, outros com sorriso de quem sabe que a história é sempre assim, e todos com medo da guerra. Guerra da vida contra nós, contra todos nós.

By Camila Passatuto