14 de dezembro de 2008

Geração Y

Sei que não faço parte disso, voltei apenas para pegar o que deixei quando escapei dos tiros.
Se existe outras vidas, essa ainda pertence ao que passou... essa ainda me deixa louca, não entendo essas pessoas e toda essa ambição descontente.
Eu caminho sem compromisso com a respiração, e nos meus bolsos apenas algumas moedas para o café, talvez para uma bebida mais depressiva também.
Nos pulsos faltam as horas e sobram histórias, nos pés todas as estrelas e me dissolvo em utopia.
No coração existe aquele amor que nos leva pela mão e sem pedir nos ultrapassa a felicidade e sobra o gozo quente nas pernas, esse amor me encaminha com segurança ao destino que ainda não sei qual é, não temo, não temo...
Geração crítica de meus passos, só peço para que seja ainda mais fútil e deixe minha alma em paz, pois seu mestre ainda me persegue e vocês, pobres crianças, tentam me desviar.
Quero minhas bebidas e meus papéis, sua geração está perdida nos códigos binários e eu ainda estou aqui tentando me reaver de esperança.


By Camila Passatuto

12 de dezembro de 2008

Infância?

Quando criança o meu maior medo não era fantasmas, mas sim gente grande...Essas pessoas que sempre me olhavam de cima e que me ensinavam como praticar a violência da forma mais crua.
Escutava gemido de dor, gritos de fúria e tudo isso fazia meu pequeno corpo tremer. Tremer de medo, tremer de medo. Todos os dias quando a noite apontava com seu gélido mistério, eu me cobria dos pés à cabeça e tentava não escutar as acusações, as mentiras e todas as formas de humilhar alguém. Mas era em vão, foi tudo em vão...Aprendi tudo o que a violência tinha para me ensinar, em todos aqueles anos. Todas minhas tentativas de suicídio...todas me recordam as cenas de meu pai ameaçando tirar sua vida na frente da família.Minha infância foi dividida em duas partes, a parte dos sonhos...que era os meus dias no bosque atrás de casa, meus animais, minhas dificuldades com a fala, as canetas sem freios que tentavam poetizar aquele sonho apático. A parte da dor era dezena, era ambição, era aquela ingênua maldição que incutiu em mim um medo arrogante, uma necessidade berrante de ser artista, de ser poeta...
By Camila Passatuto

11 de dezembro de 2008

Começando...

Porque existem várias palavras que lá eu não posso usar.
Muitos pensamentos que exigiram um novo espaço.

Começando.